Reflexões, Versos & Prosa

Prazer, Embuste!

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Um dos memes mais flexíveis da internet é o do “Expectativa versus Realidade”. É aquela calça que ficou perfeita na Marquezine, mas que, por alguma conspiração do Universo, não te caiu bem. O mais curioso é que VOCÊ SABE que até uma burca cai bem na Catarina, mas ok. Agora, uma calça que não fica legal, dá pra trocar. O que não dá pra trocar é o embuste que você ganhou na sua rifa do amor. O embuste é tão embustento, que você não tem coragem sequer de passar pra zinimiga. Mas péra! Será que o tal do Zé Embuste não é cria sua? Explico.

Todo mundo reclama que o lanche do Mequi não é igual ao da foto, mas ninguém admite que a sua foto do perfil também não é exatamente uma cópia autenticada sua. “Cê passou por mim na igreja e nem deu oi!”. Claro, o que passou por mim foi seu avatar! Fiquei na dúvida.

Perdi as contas de quantas vezes ouvi: “Ele era exatamente o que pedi pra Deus”. Olha, é muito natural criar expectativas. O problema é que essa geração não apenas cria expectativas, ela alimenta, dá Biotônico, leva pro crossfit e ainda taca bomba nela. Aí, por causa do medo (natural) de ir pra real com um cara que conheceu ontem no Insta, o xaveco dura décadas nos inbox da vida. E é exatamente nesse período que você vai enchendo a sua bexiguinha da expectativa. Quando você finalmente encontra o Seu Embuste, ele tá lá te esperando com o alfinetinho e… Ploc!

Meu, entende uma coisa: a carência contamina sua percepção de mundo. Você se joga na cama com o celular na mão, um sorriso de ponta a ponta, e começa a jogar Tetris com os elogios do embuste que VOCÊ tá criando. Cada palavrinha que ele manda, seja um reles “oi”, você vai rodando e direcionando até se encaixar nessa lacuninha aí chamada carência. Assim, você enxerga o que gostaria de enxergar, ouve o que gostaria de ouvir e, sem perceber, manipula a si mesma pra acreditar num Frankenstein que você mesma criou. Daí pra frente, o coitado do embuste que lute pra se encaixar nas suas lacunas.

Olha, posso te falar? Isso aí me cheira à falta de amor próprio. E quer saber? Ninguém pode te dar amor próprio, a não ser você mesma. E mais, só dá pra amar o próximo como a si, se você se amar.

Ame-se! Simples assim.

Publicado por Roger da Escola

L. Rogério (o “Roger da Escola”) é pai da Bia, fundador da Escola de Adoração, formado em Sistemas, Marketing, Comunicação, Teologia e faz MBA em Mktg pela USP. Fã do Cheescake Factory e de The Big Bang Theory.

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