Há alguns meses, comecei um projeto chamado “A geladeira falou”. Todos os dias pela manhã, eu escrevia frases de reflexão numa espécie de quadrinho branco imantado. Diante da quantidade enorme de atividades que tenho em meu dia-a-dia, tive que abandonar o projeto. Porém, curiosamente, há um post que, mesmo o perfil estando lá às traças, quase todo dia alguém marca outro alguém ali, e cada vez que chega a notificação, eu penso: “Será que eu retomo isso?”
Mas veja que paradoxal, ao mesmo tempo que me doeu escrever “tive que abandonar o projeto”, lembrei dele com orgulho, e te digo o porquê. Todas as coisas que fiz até hoje, fiz com toda a alma, e naturalmente, muitas dessas coisas, eu abandonei ou não consegui concluir. Porém, quando olho pra trás, eu sinto paz! Justamente por ter feito tudo com toda a intensidade e paixão que eu tinha.
Pasme! Até hoje, pessoas me agradecem por projetos que fiz quando ainda era um adolescente, e que marcaram a vida delas. Então, tudo o que eu queria que você soubesse hoje é que não acaba quando termina, só acaba quando acaba!
A gente esquece que as coisas não são eternas. Projetos terminam, empregos terminam, amizades terminam, relacionamentos terminam. Contudo, se em todos esses momentos você tiver entregado o melhor de você, acredite, isso não acabou! Porque nós não apenas levamos um pouquinho das pessoas conosco, nós deixamos um pouquinho de nós nelas. E se esse pouquinho foi bom, ele será eterno enquanto elas viverem.
Mas posso te falar a real desse texto? Relacionamentos terminam, mas o amor não acaba! Ele fica. Isso porque o amor não nos pertence, somos nós que pertencemos a ele. Ele tem vida própria! Sim, ele pode ter terminado pra você, no seu tempo, no seu espaço, naquele papel, mas ele sobrevive até sem você, porque ele fica impregnado no outro. Não sai, não deixa dormir, não acaba não. Mas se aconteceu com toda a intensidade da sua alma, não se preocupe, você pode dormir em paz porque sua parte você fez. Como disse o poeta, “por ser encantado, o amor revela-se. Por ser amor, invade e…”