Recentemente, me mandaram ler mais a Bíblia. Quando li aquilo, estava no meio da reflexão que escrevo diariamente para o grupo de leitura bíblica que dirijo com o Diego e o Du. Naquela noite, tinha que ler artigos sobre a Missio Dei para as atividades da faculdade de teologia. Também tinha que preparar 6 sermões para 2 retiros de carnaval em que vou ministrar. Aquela havia sido uma semana cheia de problemas e ataques pessoais de todos os lados, por isso, aquelas palavras me derrubaram como há tempos não acontecia.
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Então, indignado, olhei para aquele ataque despropositado e para a quantidade de textos bíblicos que eu estava lendo, e liguei para minha mãe! Liguei nutrido de argumentação consistente e de provas cabais do quanto eu lia a Bíblia e me preparava antes de escrever. Enquanto desabafava toda aquela carga emocional e aquele zilhão de justificativas, mamãe interrompeu e perguntou com precisão cirúrgica: “Você está orando?”
Diante da pergunta, toda aquela pilha de textos e atividades acadêmicas pareciam agora meras folhinhas espalhadas pela sala. Minha pós em Comunicação e minhas atividades como redator, nas palavras de Paulo, eram como esterco! Olhei para o meu relógio de oração e vi que não havia acumulado sequer 1 hora naquela semana, uma semana de tanto desgaste emocional que exigia no mínimo 1 hora por dia!
O texto, alvo do ataque, tratava da constatação óbvia das feridas da alma numa igreja local – pessoas ferem pessoas. Amarga ironia! Mas absolutamente nada naquele texto sobreviveria à pergunta da minha mãe. Na verdade, nenhum argumento suporta a triste realidade da causa dos nossos maiores problemas: nós não oramos o suficiente!
A oração muda o foco. À medida que vamos mergulhando no diálogo com o Pai, tudo aquilo que está em primeiro plano vai perdendo a nitidez. Pouco a pouco, os problemas e as mágoas, tão saturados, de cores tão vivas, vão se tornando borrões, até que conseguimos enquadrar o verdadeiro assunto da foto: Cristo!
Não! A oração, na maioria das vezes, não elimina o problema, mas nos faz enxergar o que de fato precisamos ver: “Ao erguer os olhos, a ninguém mais viram, senão somente a Jesus.” (Mt. 17.8).
Já orou hoje?