Desde que me entendo por crente, todas as vezes que acontecem catástrofes ou acidentes naturais, surge uma espécie de teologia do castigo. Eu jamais seria incoerente e precipitado em desrespeitar quem pensa assim, até porque, isto não é teologia, é opinião. E se pastores e cantores, a quem respeito e considero, pensam diferente, quem sou eu na fila do pão para discordar por discordar. Porém, justamente por se tratar de opinião, quero, com respeito, expressar a minha.
Acho, primeiramente, muito cruel, diante da tragédia provocada pelas chuvas em Minas Gerais, associarmos isso a um possível juízo de Deus. Imagine que você acabou de perder entes queridos, um irmão, um filho… a sua mãe nessa catástrofe, e se depara com a seguinte “opinião”: a culpa é sua! Os seus pecados provocaram a ira de Deus e Ele está exercendo juízo sobre a sua cidade. Me desculpe! Não vejo suporte neotestamentário para isso. Mas, DE NOVO, respeito quem pensa assim.
Me parece que no tempo de Jesus, aconteceu algo parecido. Uma torre havia caído sobre trabalhadores, e dá-se a entender que as pessoas estavam associando isso à essa lógica do castigo divino. O comentário de JESUS sobre isso é muito esclarecedor: “…vocês pensam que aqueles dezoito que morreram, quando caiu sobre eles a torre de Siloé, eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém?” Lc. 13.4
Pra mim, a lógica do Mestre é a seguinte: se Deus fosse exercer juízo sobre nós neste tempo, São Paulo teria que ser fulminada imediatamente! Me parece pouco provável, que uma cidade interiorana, onde moram pessoas muito simples e de poucos recursos, comparando-se às grandes metrópoles, seja mais pecadora que essa verdadeira Sodoma em suas madrugadas de prazer ilícito e assassinatos cruéis.
Finalmente, com todo respeito, vejo arrogância em achar que nosso bom comportamento possa aplacar a ira de Deus. Pra mim, isso foi feito exclusivamente na cruz, por Jesus! De novo, na minha humilde opinião, o juízo de Deus está guardado até o Grande Dia. Até lá, importa que o joio cresça com o trigo.
Que o Eterno tenha misericórdia desse povo que, para amá-Lo, tem 3 corações.
No amor do Pai,
Roger