Com o passar dos anos, ela foi entendendo que a paixão tinha prazo de validade, mas também foi graciosamente surpreendida pelo amor. E como amar é uma decisão, decidiu não apenas se envolver, foi além: tornou-se cúmplice, mas agora, suas juras de amor seriam provadas.
Tão rara quanto a pedra que lhe dá o nome, Safira estava pronta a ir até as últimas consequências por seu amado. Ananias, por sua vez, também estava empolgado, mas era com sua nova fé. Finalmente, uma igreja em que as pessoas eram boas umas às outras. Não era como sua antiga igreja, cheia de gente egoísta! Ananias agora tinha a grande oportunidade de mostrar a todos o quanto era bondoso.
Sem pestanejar, vendeu um de seus terrenos e, no caminho de volta a casa, maquinava: “Eu trabalho tanto… mereço ficar com um pouco pra mim. E Safira? Ah, minha doce Safira, ela merece umas boas férias.” Assim, com a cumplicidade de sua amada, correu e lançou parte da negociação aos pés de seus líderes dizendo-lhes que aquilo era o todo, mas por mentir a Deus, imediatamente caiu morto.
Safira não sabia, mas muito antes daquele dia seu amado estava morrendo. Nas palavras de Pedro, Satanás estava enchendo o coração de Ananias. A cumplicidade de Safira, agora, havia se transformado em conivência, e conivente, contou a mesma mentira aos apóstolos e a Deus, e por isso, também morreu.
Deus tem colocado muitas pessoas ao seu lado que estão a passos largos para o inferno. Vivem uma mentira, enganando e sendo enganados por si mesmos. E é neste cenário que o Eterno lhe pergunta: “Até quando você será conivente com o pecado daqueles que você ama?”
Eu sei, não é fácil confrontar um amigo, uma amiga, um cônjuge. “Cada um vai dar conta de si”, você diz. O discurso é bonito, mas lembre-se, Tiago diz que “aquele que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg. 4.17). E ele não para por aí: “Meus irmãos, se algum de vocês se desviar da verdade e alguém o trouxer de volta, lembrem-se disso: Quem converte um pecador do erro do seu caminho, salvará a vida dessa pessoa e fará que muitíssimos pecados sejam perdoados.” (Tg. 5.19,20)
Então, parafraseando o ditado: “Perca o amigo, mas não perca sua alma”.
No amor do Pai,
Roger