Definitivamente, a ansiedade é um dos grandes males de nossa geração. Basta ver o quão inquietos ficamos ao mandar uma mensagem de texto e não receber a confirmação de leitura. E parece que esse foi o drama de Israel ao ver que Moisés não descia do monte com a resposta. Em sua ansiedade, o povo decidiu fazer um ídolo para si, e me chama atenção do quê foi feito o bezerro – daquilo que pra eles tinha valor, era belo, encantava.
Quando estamos ansiosos por uma resposta de Deus, moldamos o nosso próprio deus com aquilo que pra nós é valioso. Ouvimos o que queremos ouvir e ignoramos aquilo que precisamos ouvir.
Quando finalmente Moisés desce do monte, Josué se admira: “Há barulho de guerra no acampamento”. A resposta de Moisés é reveladora:“Não é canto de vitória, nem canto de derrota; mas ouço o som de canções”(Ex. 32.18)
Quando fabricamos o nosso próprio deus e o adoramos, não importa o quão intensa seja a nossa adoração, ela toma a sua pior forma: o nada. Não é canção de vitória, não é canção de lamento, é apenas música.
Muitas vezes a adoração com música pode não ser a expressão da alma. O levantar das mãos, as lágrimas, a dança… se tudo isso for para um deus fabricado por nós, fruto dos nossos anseios egoístas, da nossa necessidade latente de ouvir que Deus está conosco e vai destruir nossos inimigos, talvez essa adoração seja apenas música, e isso é idolatria.
Em nome do Eterno, que jamais venhamos a fabricar um deus que fecha os olhos para os nossos pecados e é conivente com o erro. Por mais clichê que isso pareça, pecado é pecado. Que as nossas canções jamais sejam frutos de um frenesi coletivo em que a música não passa disso mesmo, não cura, não toca o coração do Pai, apenas entretém. Que nossas canções sejam nosso sacrifício de louvor, gerado primeiramente aos pés do Mestre em oração, contrição e solitude, para, só então, desaguar na adoração coletiva dos santos.
No amor do Pai,
Roger