Santificação

A dádiva do legado

image_pdfimage_print

Quando disse ao meu amigo Alan Brizotti que seria pai, ele me disse com aquele ar de mentor: “Parabéns, agora você vai conhecer a Deus…”. De imediato pensei que aquilo era coisa de filósofo mesmo, de gente que gosta de colorir a nossa vida com poesia, mais nada. Menos de quinze dias depois da chegada da Bia e ela experimentava sua primeira cólica. Pai de primeira viagem, Mamãe Dany quase chorando sem saber o que fazer, desesperado com aquele choro espremido e angustiante, fiz o que fiz por puro instinto: abracei-a com todo carinho contra o peito e me deitei na esperança de tentar acalmá-la.

Sem saber que o calor da minha barriga contra a dela aliviaria a dor, fui mergulhando no que seria uma das maiores experiências da minha vida: ouvi cessar o choro soluçado da minha bebê enquanto abraçava-a. As perninhas encolhidas foram se soltando, os bracinhos repousando sobre meu peito, finalmente repousou a cabecinha no meu ombro, e dormiu. As palavras proféticas do Alan ressoaram quase instantaneamente em meus ouvidos: “…como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem.”

Impressionante como a Bia ainda não havia feito nada de extraordinário, a não ser xixi e cocô. É verdade, nessa época, ela ainda não tinha ganhado nenhuma medalha na escolinha, nenhuma menção honrosa no colégio, muito menos feito qualquer apresentação musical, mesmo assim, já amava essa garotinha como a minha própria vida. A profecia do meu amigo se torna ainda mais real quando percebo que diante de um pai tão amoroso, tão pronto a me abraçar nas madrugadas de minha caminhada, tudo o que acabo fazendo é…

Sim! Isso mesmo que você pensou… cocô. O mais sujo, o mais fétido, e do qual, sozinho, não consigo me limpar. Escandalizado? Texto sem poesia? Métrica ruim? Não se espante! É nossa hipocrisia falando mais alto que a nossa conversão. Hoje é dia de reconhecer o quanto somos dependentes de Deus, carentes do seu abraço e irremediavelmente humanos até que sejamos glorificados.

Que hoje possamos sentir o abraço apertado do Pai, trazendo alívio para as nossas dores, cura para nossa alma e, principalmente, perdão para nossos pecados.

Feliz Dia dos Pais!

Publicado por Roger da Escola

L. Rogério (o “Roger da Escola”) é pai da Bia, fundador da Escola de Adoração, formado em Sistemas, Marketing, Comunicação, Teologia e faz MBA em Mktg pela USP. Fã do Cheescake Factory e de The Big Bang Theory.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *