Comunhão, Reflexões

O ministério da chatice

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Quando pensamos num ajuntamento, seja ele para qualquer finalidade que seja, sempre haverá a possibilidade do desconforto em relação à alguma decisão para o todo. E se você quiser uma amostra grátis dessa teoria, basta lembrar das reuniões de condomínio. E acredite, não importa a classe social, é muito comum uma reunião de condomínio tornar-se final de clássico de futebol, tipo São Paulo e Corinthians ou Vasco e Flamengo.

Do morador que não consegue centralizar seu carro na vaga à moradora que usa um salto alto tipo britadeira às 6:00 da manhã, tudo pode ser motivo de discussão. E claro, parte-se do princípio de que num condomínio tudo pertence a todos, porém, nesse caso, na prática, nada é de ninguém. Quase o mesmo pensamento da sociedade quando se diz que algo é “público”. O povo se torna um ninguém, e ninguém cuida, mesmo que o dono seja o próprio povo.

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Quando trazemos essa realidade para a igreja, percebemos que, infelizmente, o conceito de comunhão (ter coisas em comum) não é suficiente para trazer paz ao ajuntamento. Já presenciei reuniões para decisão da cor do uniforme do congresso que viraram verdadeiras reuniões de condomínio. Também vi cadeiras voando na igreja em meio à uma apresentação do antigo Actos II – não, não estou exagerando, saiu briga mesmo entre os “jovi” da sede e os da congregação (rs). Deu uma treta lá, que só quem cresceu comigo pode testemunhar essa lástima.

Certa vez, Jesus contou uma parábola dizendo que havia um grupo de crianças que insistia com outras crianças: “Ei, vamos brincar de dançar? A gente toca flauta e vocês dançam!” “Não, não queremos!” “Tá bom, então, vamos brincar de fazer velório? A gente canta uma musiquinha triste e vocês fingem que estão chorando” “Não, não queremos brincar disso também” (Mt. 11.16-17)

Quando eu leio essa passagem, logo penso: “Gente, que criançada chata!” Mas aí, eu percebo também que a ilustração de Jesus cai como uma luva em nossos dias. Aquelas crianças eram tão chatas, que não importava o que as outras sugeriam: rir ou chorar, dançar ou lamentar, não importava a proposta. Isso não te lembra algumas pessoas? Não importa o que você irá propor, elas sempre serão do contra. E não adianta tentar argumentar quando o outro está decido a não entender.

Posso te dar um conselho? Se afaste de gente chata! [Roger do céu, mas e a graça, o amor, o perdão?] Ah, claro… Perdoe, ame e trate com misericórdia, mas não crie vínculos profundos. [E onde tá isso na Bíblia, hein?] Opa, tá aqui: “Não se associe com quem vive de mau humor, nem ande em companhia de quem facilmente se ira; do contrário você acabará imitando essa conduta e cairá em armadilha mortal.” Pv. 22.24-25 – Isso mesmo, a chatice é contagiosa!

Que possamos cada vez mais viver o evangelho em toda sua leveza. Que tenhamos não apenas o mesmo Deus, mas o mesmo espírito, o mesmo falar, o mesmo pensar. E que possamos viver em comunidade, entendendo que é melhor ter paz do que ter razão.

No amor de Cristo,

Roger

Publicado por Roger da Escola

L. Rogério (o “Roger da Escola”) é pai da Bia, fundador da Escola de Adoração, formado em Sistemas, Marketing, Comunicação, Teologia e faz MBA em Mktg pela USP. Fã do Cheescake Factory e de The Big Bang Theory.

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