Era impossível não ser atraído por sua beleza. Não que ela fosse a mais exuberante de todas, na verdade, as outras é que estavam mal vestidas. Ainda assim, ela irradiava tanta esperança que de longe chamava atenção de todos. Contudo, por baixo daquela arrogante imponência, havia uma marca, um sobrenome cruel: infrutífera. Assim, ficou eternamente conhecida a figueira amaldiçoada por Jesus.
A despeito de todo seu significado profético, a narração bíblica traz ensinamento explícito do ser antes do ter, da aparência que engana, da mentira disfarçada de beleza. Perceba que o Mestre não exige figos de nenhuma outra figueira porque sabe respeitar o tempo, sabe respeitar o momento de cada um [Jesus conhece suas estações]. Além disso, as outras não se envergonhavam de não ter nada a oferecer, afinal, faltavam ainda cerca de 5 meses até estarem “prontas”.
Mas a “infrutífera” não, ela sabia que sua família era uma das poucas, senão a única a inverter o processo: primeiro o fruto, depois as folhas. Portanto, ingenuamente, acreditava que se pudesse mostrar tão somente as folhas… [voilà], todos ficariam tão impressionados com sua beleza que não se atreveriam a duvidar que por baixo de toda aquela beleza houvesse frutos deliciosos. Assim, por alguns instantes, ela “enganou” até mesmo o Mestre. Pobre Infrutífera, você não sabe que talento não leva ninguém ao Céu?
Bom mesmo é mostrar a verdade, reconhecer que somos nada mais, nada menos que meros gravetos, o que vai contra todo o sistema em que estamos inseridos, mergulhados, quase contaminados… mas é melhor. Por que se envergonhar de não ter nada ou bem pouco a oferecer? Cinco pães e dois peixes podem ser refeição para um exército – só depende do “Chef”. Acredite, você tem nas mãos exatamente o que precisa para sobreviver ao tempo de escassez pelo qual está passando.
Parafraseando o texto bíblico, queria te dizer algo de Deus: A quem hei de te comparar? Já sei! Você é como aquele arbusto espinhoso e solitário preparado por Deus para falar com Moisés. Parece realmente frágil, sem muita expressão. Algumas pessoas têm receio até de se aproximar porque não gostam de espinhos – marcas em sua história que ainda ferem. Mas Deus te trouxe até esta reflexão para te dizer algo muito especial: “VOCÊ NÃO VAI QUEBRAR!”
Não importa quão fragilizado ou quão queimando esteja sua pele, lembre-se, você está sendo usado por Deus para mostrar ao mundo o que Ele pode fazer através de um pequeno arbusto solitário.
A história da figueira infrutífera termina de forma trágica. Ao ser desmascarada, ela é imediatamente amaldiçoada por Jesus: “Seus dias de engano acabaram!” Ela deveria saber que uma de suas irmãs tentou inutilmente encobrir o pecado do primeiro casal – por que não aprender com o erro dos outros? Nosso mal é tropeçar no óbvio. Mas sua história não acaba aqui. Aguente firme, porque outra vez lhe digo: “Você não vai quebrar”.
No amor do Pai,
Roger
“Mas bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está. Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão sempre verdes; não ficará ansiosa no ano da seca nem deixará de dar fruto” – Jr. 17.7-8