Em julho de 2015, Thalles Roberto disse que “cantar no meio gospel era como bater em bêbado” e que Deus havia lhe dito: “Você está acima da média porque você está no meio de gente fraca”. Diante dessa declaração soberba, vinda de um influenciador de jovens como ele, escrevi o texto abaixo que trouxe certo incômodo a alguns. Espero que você não se incomode.
A igreja está doente. E a maior prova disso é essa febre de celebridades ditando o certo e o errado. E assim como o inferno tem levantado uma casta na sociedade que taxa de fobia tudo aquilo que não segue seus padrões pecaminosos, nós, ministros da Palavra, estamos sendo podados em nossa nobre missão de denunciar o pecado. Sim! Esta é a nossa missão, e muitos têm se acovardado diante de crentes meninos, levados por todo e qualquer vento de doutrina.
Para qualquer advertência contra o pecado: “Ei, você não sabe que não podemos julgar?”. Para qualquer denúncia de heresia: “Querido, quantas almas você já ganhou hoje?”. Para qualquer ensinamento que necessite de um mínimo de conhecimento bíblico: “Ah, eu acho que a igreja deveria ser mais hospital e menos tribunal”. Será mesmo que esse bando de meninos na fé acha mesmo que pode argumentar com pastores, teólogos e professores cristãos com esses clichêzinhos baratos desse evangeliquês medíocre? E se você está achando essas palavras pesadas demais, se não está sentindo nelas o amor que tanto procura, é porque você realmente ainda não conheceu o amor do Senhor, o Deus que corrige a quem ama. E não vou me dar ao trabalho de lhe citar o versículo, porque você não dá crédito, não se importa, está determinado a não aceitar, está contaminado com a enfermidade que assola essa geração: a alienação bíblica.
Você percebeu que diante de um fato (eu disse fato, imagens, áudio, clara confissão), somos incapazes de agir com amor e misericórdia? Não a misericórdia que é confundida com a conivência, mas aquela que corrige em amor. Parece-me que o equilíbrio, tão exaltado por Jesus em seu “sal e luz”, fugiu de nossos julgamentos. Aliás, a palavra “julgar” tornou-se o divisor de águas entre justos e injustos. E mesmo o próprio Cristo questionando: “Por que vocês não julgam por si mesmos o que é justo?” (Lc. 12.57), as pessoas preferem calar-se diante do pecado. Amor ou irresponsabilidade? Piedade ou conivência?
Então, se a febre da alienação tomou conta de alguns, vamos esclarecer? Thalles Roberto pecou, assim como eu e você pecamos todos os dias, uns mais e outros muito mais. A diferença entre ele e nós, é que nós escondemos – ou você acha que “Deus resiste ao soberbo e dá graça aos humildes” porque Ele acha isso divertido? A soberba é pecado [me sinto ridículo tendo que reafirmar essa verdade tão óbvia]. Diante disso, qual o nosso papel? Julgar, perdoar e orar por ele. Simples assim. Infelizmente, muitos preferem essa polaridade imbecil entre o acusar e o justificar.
Amados, nós somos a igreja! O dia que nós não pudermos mais julgar entre o que é certo e o que é errado, teremos perdido nossa essência de justiça e amor, “vocês não sabem que haveremos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas desta vida!” (I Co. 6.3) Julgar não é condenar! É fazer uma avaliação coerente, sensata, bíblica e cheia de misericórdia. Não é porque está acima da média ou é famoso que deixou de ser humano. Não é porque nossa agenda de ministrações é lotada que não precisamos de um pastor ou outra autoridade constituída por Deus sobre nossa vida. Isso não é referência para nossos jovens, isso não é saudável para ninguém!
Que o Senhor tenha misericórdia de nós como igreja para que jamais venhamos perder a nossa autoridade. Que Deus tenha misericórdia do “irmãozinho” e ele perceba rapidamente que errou, porque, no mesmo instante, Deus o restaurará. E que nós, ministros, nunca venhamos a nos acovardar diante da denúncia do pecado, porque foi para isso que Deus nos levantou.
Ore pelo Thalles!
Debaixo da graça e misericórdia do Senhor Jesus,
Roger
“Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos.” – Filipenses 2.3
“É necessário que ele cresça e que eu diminua.” – João 3.30