Incoerência, Reflexões

Pareço legal, mas…

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É, caro leitor, pareço legal, mas já comentei “kkk” em postagens das quais não achei a menor graça. É sério! Eu até pareço legal, mas corrijo as pessoas mentalmente enquanto elas dizem “poblema, resistro ou asterístico” (às vezes, inclusive, escapa e eu corrijo de verdade rs). É, meu amigo… eu pareço legal, mas já toquei [e chorei] ao som de “Sabor de Mel” – coisa que, hoje, abomino. Por isso, se você conhece alguém que se diz meu amigo, pode ter certeza, esse alguém realmente me ama rs.

Contudo, essas confissões não são fruto de uma crise de consciência, antes, trata-se de uma tentativa de ilustrar como a imagem de alguém pode ser diferente de sua essência. É óbvio que não sou nenhum hipócrita, e tenho convicção de meu caráter e das verdades daquilo que escrevo e ministro. Porém, recebo e-mails diariamente que me honram não exatamente por aquilo que sou, mas pela imagem que as pessoas têm de mim nas redes sociais ou mesmo nas igrejas onde me viram pregar.
E eis o coração dessa reflexão: a igreja tem confundido talento com caráter.

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É notório a fascinação que muitos cristãos têm por ditas celebridades gospel. Gente que não tem conhecimento sequer dos princípios fundamentais das Escrituras, acaba cantando, pregando ou publicando as maiores bobagens por onde vai, e ainda é aplaudida de pé. E quando não são bobagens ou heresias, são chavões tão batidos, que me causam estranheza ao serem compartilhados – aquele banner hiper produzido, aquela carinha de espiritual, mãozinha no coração e a frase obtida ao longo de muitos anos de estudo e preparação: “O melhor está por vir”. É sério que toda essa produção foi pra isso???

Mas essa não é nem mesmo a beira do poço. Já tentou ir contra a heresia de uma dessas celebridades? Eu já. E só não desviei porque tenho convicção do meu chamado. É como se você estivesse indo contra o próprio Jeová. Você mostra na Palavra, argumenta de forma equilibrada, desenha, usa playmobil pra ilustrar… Resultado? “Você não tem medo de tocar na ungida de Deus?”

É uma pena que eu ainda seja escravo do politicamente correto, do contrário, poderia citar uma lista de cantores e pregadores famosos que são simplesmente insuportáveis no camarim, e que por trás de toda aquela pompa, glamour e espiritualidade estão pessoas que simplesmente não se deixaram tratar pela Palavra de Deus.

É preciso urgentemente ratificarmos que nossos dons e talentos não têm absolutamente nada a ver com nossa salvação, muito menos conferem a nós o título de “doutores em divindade” ou coisa que o valha. Não podemos confundir talento com caráter. Nem sempre aquele dom lindo e maravilhoso é fruto de um caráter tratado pelo Senhor, às vezes, é só mais uma jumenta falando.

Sinceramente? É preciso valorizarmos mais nossos pastores, que sem qualquer holofote nos preparam alimento sólido todos os domingos. É preciso honrar mais nossas mães, que com sua sabedoria continuam aconselhando-nos a levar o guarda-chuva porque vai chover – e chove! É preciso ouvir com mais atenção o conselho dos nossos velhinhos, que com seus cabelos brancos experimentaram na carne a boa, perfeita e agradável vontade do Pai.

Que deixemos de lado todo fascínio que há sob os holofotes e mantenhamos o foco nAquele que é o Pai das luzes!

No amor de Cristo,

Roger, o chato rs
“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” – Tg. 1.17

Publicado por Roger da Escola

L. Rogério (o “Roger da Escola”) é pai da Bia, fundador da Escola de Adoração, formado em Sistemas, Marketing, Comunicação, Teologia e faz MBA em Mktg pela USP. Fã do Cheescake Factory e de The Big Bang Theory.

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