Um crente morninho
"Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente!
Assim, porque você é morno, não é frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca." - Ap. 3.15-16
Desde criança sempre ouvi pregações sobre a Igreja de Laodiceia como advertência contra todo tipo de frieza espiritual. A despeito de toda insistência para que fôssemos “quentes” no sentido carismático do pentecostalismo, a verdade é que, se essa fosse a intenção do conselho divino, Deus nunca diria que melhor seria que fôssemos “frios”. A dedução óbvia é que o Senhor espera de nós, então, uma definição, nunca um meio termo.
Fato reconhecidamente histórico em muitas denominações é que a teologia acadêmica não fora adotada como obrigatoriedade na formação de novos pastores. Muitos desses, inclusive, homens indoutos, trabalhadores da construção civil, construíam bravamente suas congregações em sentido espiritual e literal, dividindo o púlpito com sua colher de pedreiro. E mesmo com todo o mérito a esses desbravadores da fé, a verdade é que fomos nos acostumando e passando adiante muito da achologia cristã, sempre autenticada pelo “fervor” de seu porta-voz.
A Carta à Igreja de Laodicéia nos convoca, então, a um posicionamento firme e definido, inclusive quanto às questões de nossa fé. Quem diz “Estou rico e não preciso de nada!” é semelhante àqueles dogmáticos que aprenderam a teologia do boca a boca e não abrem mão de suas pseudoverdades por nada nesse mundo. Criticam os mais renomados teólogos, pois consideram a classe muito “fria”. Enquanto se vestem de dogmas e religiosidade, o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, os aconselha: “Comprem roupas brancas e vistam-se para cobrir a sua vergonhosa nudez.”
Frase comum dos que andam nos jargões dos pregadores itinerantes, o famoso “…é assim que eu vejo” também recebe um conselho do Soberano da Criação: “Compre colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar”. A maneira como EU vejo, pouco importa para a verdadeira teologia cristã, pois temos um padrão chamado Sagradas Escrituras. Somos peritos em responder às questões doutrinárias com nossas opiniões bem fundamentadas na experiência religiosa. Contudo, a experiência da vida é boa, mas cada um com a sua. A armadura do Saul não serve no Davi!
A verdadeira experiência de intimidade com o Pai está na simplicidade de abrir a porta do coração e convidar o Senhor Jesus para o jantar.
Em nome do Eterno, deixemos de lado toda inconstância e todo pensamento dúbio para com as coisas espirituais. Que paremos de titubear entre dois pensamentos. Quem vive assim é crente morno. É menino no batente da janela – meio dentro, meio fora. Que tenhamos um posicionamento firme quanto à nossa fé e o que cremos.
“…Estejam sempre preparados para responder com mansidão e respeito a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês.” – I Pe. 3.15
Quem tem ouvidos, ouça!
L. Rogério