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Não adianta vender o sofá

Dificilmente frequento a piscina do condomínio. Mas, dia desses, tomando sol, notei que tiraram o bebedouro. Perguntei a um vizinho o porquê, e ele respondeu: “Cara, disseram que as crianças estavam fazendo bagunça com a água gelada. Aí, por conta disso, ninguém bebe mais”. O cara deu uma pausa como quem reflete, e completou: “…é como se você pegasse sua mulher te traindo no sofá de casa e vendesse o sofá pra ela não fazer mais isso.” É… a sabedoria popular ainda explica muita coisa. rs

Mas esqueça o sofá. O assunto aqui é outro! É que vez ou outra aparecem pregadores ou gente que adora um discurso bonito condenando as redes sociais. E claro, o Facebook, por ser a mais popular das redes, é sempre a mais associada ao Capiroto. Mas será que o problema é realmente o Facebook? Será que Mark Zuckerberg é realmente o enviado do Tinhoso? Foi assim com a televisão, foi assim com o telefone, foi assim com a web-cam e sempre será assim. O crente legalista sempre vai jogar a culpa em um intermediário. É como ver a Eva deixando o Jardim e praguejando: “Maldita maçã!”

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O Facebook não é do diabo. É do Mark! A não ser que ele venda sua parte ao Pé Preto. O mais impressionante é perceber como a rede reflete exatamente o que as pessoas são na vida real. As mesmas pessoas que causam intrigas na igreja são as que aparecem por aqui postando: “Podem me julgar, mas quem sabe da minha vida é Deus”, “Odeio indiretas no Facebook”, “Vão ter que aplaudir minha vitória de pé” e mais um monte de baboseiras gospel só pra causar. Isso para não falar nas fotinhos sensuais e nos palavrões.

“Ah, mas se você não estivesse no Facebook estaria orando ou lendo a Bíblia.”

Amigo, quem ora já tem a sua hora reservada de oração. Quem gosta de ler a Palavra já tem seu momento de estudo agendado. Por outro lado, quem não ora e não lê, não faz isso nem com todo o tempo do mundo sobrando. Facebook é a terceirização da culpa de muita gente.

Enfim… moral da história? Não importa onde estejam, no real ou no virtual, os falsos sempre vão “curtir” seu jantar com amigos ou “compartilhar” a sua vida. O bom é que cedo ou tarde a verdade vem à tona. E como tudo que se espalha na rede, vai ser difícil deletar.

Roger