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Morrer de amor

Se há uma morte que valha, morrida ou matada, é a do morrer de amor. Claro que quem foi não voltou pra dizer, mas tem um dizer assim, que é tão bom morrer de amor e continuar vivendo…

Tem quem lhe confunda com o ódio, té porque, dói no mesmo lugar e dá o mesmo nó na goela. Acho até que são parentes, se não, andam de mãos dadas.

Mas cê tem que entender que quem tá com ódio não sabe que ama, e quem ama não sabe odiar. É igual que nem alergia, né gripe não, e se trocar uma letrinha vira alegria.

Mas bem pior que morrer de amor é não ter por quem morrer. Porque quem grita seu amor no vácuo pode até ter o dissabor de um eco não ouvir, mas pelo menos grita, diz, mostra, sinaliza.

Ruim mesmo é se fechar todo com medo de morrer desse mal. Olha onde pisa… Não vai se iludir… Vai se arrepender depois… Isso mata, hein… E de cuidado em cuidado a gente não é cuidado e nem cuida.

Mas quer saber? Vale a pena! Mesmo quando é fatal, mesmo quando é de mentirinha. Vale até quando é maçã e você queria salada mista.

Pensa assim: se ele disser sim, você morre. Se ele disser não, você morre também! De um jeito ou de outro, você já era. Por que não arriscar?

Então, conselho de quem morreu: vai lá, diz logo de uma vez. O não você já tem, mas o não nunca te terá. Porque senão, passa a vida e você se arrepende do que não disse. Se arrepende até do que desdisse!

E se ele não se ligar na ofegância e no perfume, manda essa logo de uma vez: EU TE AMO, IDIOTA!