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La Usurpadora

A rivalidade entre as irmãs Raquel e Lia chega a ser roteiro perfeito para novela mexicana. A cada episódio, podemos facilmente imaginar aqueles zooms dramáticos com trilhas de suspense. É nesse clima tenso, que depois de Lia ter dado 4 filhos a Jacó, Raquel vai pra cima do marido em sua célebre frase: “Dá-me filhos, senão morrerei!”

Nesta cena, em minha dramaturgia imaginária, Raquel está puxando Jacó pelos colarinhos e gritando com ele: “Jacó, você tem que me dar um filho!” Jacó, irritado, empurra sua amada Raquel e grita também: “E eu lá sou Deus, sua louca!” Raquel, em prantos, abraça desesperadamente seu marido e com aquele sorriso estranho, típico dos desesperados, propõe uma solução: “Já sei! Pode ir pra cama com a minha empregada!” – zoom na cara de espanto de Jacó – Narrador diz: “Será que Jacó se deitará com a empregada? Não perca no próximo episódio de ‘A Usurpadora’”

Mas é no “próximo episódio” que está nossa reflexão de hoje. A empregada de Raquel engravida, e Raquel dá à criança do nome de Dã, dizendo: “Deus me fez justiça, ouviu o meu clamor e deu-me um filho”. Oi!? Calma aí, como assim “Deus lhe deu”, Raquel?

É triste ver as pessoas dando “um jeitinho” no seu problema e atribuindo suas mazelas a Deus. Conquistam bens por meio de fraude, e dão testemunho de vitória. É a mulher que rouba o marido da outra e posta: “Eu e a minha bênção”. É o camarada que dá sumiço no carro, aciona o seguro, e cola adesivo na caranga nova: “Propriedade Exclusiva de Gezuis”.

Quando, de fato, Deus se lembrou de Raquel, ela engravidou daquele que viria a ser uma das maiores tipificações do próprio Cristo, o sonhador José!

Em nome do Eterno, não queira apressar aquilo que Deus já determinou pra você. Só o Senhor sabe o tempo certo de te abençoar. Quando esse dia chegar, com a sua consciência totalmente limpa e em paz, sem ter tomado qualquer atalho, você poderá dizer como Raquel: “Deus tirou de mim a minha humilhação”.

No amor do Pai,

Roger